segunda-feira, 29 de abril de 2013

Neutral Milk Hotel de volta aos palcos



Após longos 15 anos distantes dos palcos, eis que o Neutral Milk Hotel está se reunindo para apresentações ao vivo. Em nota, a banda já inclusive anunciou datas para apresentações em Atenas (Grécia), Tóquio (Japão) e Asheville (Estado Unidos) para o final de Outubro e início de Nomvembro deste ano. Tais apresentações contarão com participações de Elfe Power, Half Japanese e Daniel Johnston, respectivamente. 

Desde 1999 que o quarteto não se apresentava ao vivo, limitando-se apenas a shows de projetos paralelos ou solo de seus integrantes. O último lançamento de estúdio do grupo foi o ótimo In The Aeroplane Over the Sea de 1998, que obteve positiva recepção da crítica e do público. 

Boads od Canada anuncia disco novo





Utilizando-se de uma plataforma bem criativa, o Boards of Canada lançou um site no estilo prompt de comando onde ao digitar uma senha que aos poucos ia sendo revelada através de encartes do álbum do Records Store Day e de outras dicas, (699742628315717228936557813386519225) é apresentado ao fã um vídeo que informa a data de lançamento ( 10 de Junho) e capa (foto) do quarto  álbum de estúdio dos escoceses. 

Confira também a tracklist de Tomorrow's Harvest:


01 Gemini
02 Reach for the Dead
03 White Cyclosa
04 Jacquard Causeway
05 Telepath
06 Cold Earth
07 Transmisiones Ferox
08 Sick Times
09 Collapse
10 Palace Posy
11 Split Your Infinites
12 Uritual
13 Nothing Is Real
14 Sundown
15 New Seeds
16 Come to Dust
17 Semena Mertvykh

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Resenha: Golden Grrrls - Golden Grrrls




Confesso que num primeiro contato o nome da banda me remeteu a algo como Bikini Kill ou Dum Dum Girls com uma música de engajamento feminista de Riot Grrrl. Entretanto, ao dar o play me deparei com o som fofo e doce que Glasgow há décadas nos presenteia. Um Twee/Indie Pop que já é praticamente produto nacional da região, com seus vocais femininos e masculinos intercalados, temática interpessoal e guitarras no melhor estilo Jangle Pop. Como a referência do estilo acaba sendo a mesma, as novidades que surgem do gênero acabam na verdade se apresentando em sua maioria parecidas. Entretanto, para quem é fã do estilo isso não é problema, e sim apenas uma ampliação no portfólio de opções, e é dessa forma que o Golden Grrrls chega com seu disco de estreia. 

Formado por Ruari MacLean e Rachel Aggs nas guitarras, Eilidh Rodgers na bateria, e os três nos vocais, a banda, como dito, não traz nada de novo que os fãs e ouvintes do estilo e da cena já tenho ouvido em nomes como Talulah Gosh, The Pastels, Allo Darlin', e até em Camera Obscura e Veronica Falls; fofura aliada àquele toque sujinho charmoso que quebra a doçura na medida certa, o que nos é exemplificada logo de cara com a animada e primeira faixa New Pop

No percorrer das onze faixas o trio consegue mostrar que consegue compor bons riffs que conseguem preencher as canções, tanto no baixo como em Past Tense e Times Goes Slow, quanto na guitarra como em  Paul Simon. (Sim, é uma referência ao grande cantor e compositor que figurava dupla com seu "ex-amigo", vamos assim colocar, Art Garfunkel) e Wrld Peace. Trazendo toda a carga Pop dos vocais característicos da classe de 86 para compor esse mix, temos as ótimas Take Time e Never Said Enough que conseguem ser faixas que se articulam muito bem em melodia, se tornando de fácil identificação para os fãs do estilo mais puxado para o doce. 

Ao final, o que temos é um disco que se apresenta sem novidades, mas que cumpre bem a reprodução do som de bandas do final dos anos 80 e que se faziam presentes na região. Por ser um primeiro álbum após alguns cassetes, o que fica de análise é que o Golden Grrrls mostra ter boa influência e que, se bem trabalhado, um segundo disco pode vir melhor e trazer maior identidade ao trio.







sábado, 20 de abril de 2013

Discoteca Indie Shoe: Pavement - Slanted and Enchanted (1992)



Às vésperas de Stephen Malkmus chegar ao Brasil para sua mini tour, o primeiro disco de sua originária banda faz aniversário e atinge a sua maioridade plena. Slanted and Enchanted, do Pavement, faz hoje, dia 20 de Abril, 21 anos de existência e de muita importância no cenário do Rock, principalmente do alternativo e independente. Tido como influência para diversas bandas que começaram a se formar nos anos finais da década de 90, o álbum se mostra atemporal e ainda com extrema relevância.

Produzido de maneira independente e lançado pela lendária Matador Records, o disco trazia em si a essência do DIY (Do It Yourself/Faça Você Mesmo) e fincava, juntamente à outras bandas como Dinosaur Jr. e Pixies, o que viría a ser conhecido como Rock Alternativo: guitarras distorcidas, fuzz, vocal mais despojado e influência do Rock inglês do final dos anos 70 e meio de 80, trabalhando bem o equilíbrio entre a intensidade e a harmonia entre melodias e gritos. 

Slanted and Enchanted é com certeza uma discografia obrigatória para se compreender a cena independente do Rock, tanto coletivamente quanto isoladamente garimpando por suas 14 faixas. Seu single Summer Babe - que abre a obra - figura até hoje nas listas de melhores canções dos anos 90 e até mesmo de todos os tempos. Trigger Cut - seu outro single - e Conduit for Sale! são exemplos de como se fazer um som sujo e garageiro. E assim o disco segue, sempre com boas canções e nos dando uma aula. Notas máximas e nomeações à listas é o que não faltaram para a obra. 

Se para o mundo da música o álbum foi importante, o mesmo também teve sua relevância para a própria banda. Foi em meio à essa época em que o Pavement achou-se como unidade, primeiro agregando Mark Ibold ao baixo e Gary Young à bateria - após os anos três anos só com vocais e guitarras - e em seguida com a saída de Young ao final da turnê de Slanted and Enchanted e entrada Steve West, fechando assim a formação definitiva da banda. 

Após mais de uma década, a obra se mostra importante até hoje, seja aparecendo nos iPods de alguns jovens, nas discussões a cerca da música independente, na presença em trilha sonora de filme (com Here no filme As Vantagens de Ser Invisível [2012]) e na demanda que se observa com a turnê de seu líder Stepehen Malkmus. Algumas peças artísticas nem são pensadas e trabalhadas para serem representativas ou geniais, e muitas vezes por essa despreocupação é que assim se tornam, e Slanted and Enchanted é um bom exemplo disso.



Clipe Novo: Is Tropical - Dancing Anymore

Depois de gerar polêmicas ao lançar o clipe de The Greeks, no qual crianças brincam com armas de brinquedo e se tem sangue virtual para todo o lado, os ingelses mascarados do Is Tropical voltam a causar polêmica e com a versão visual do novo single Dancing Anymore.

A história se passa em uma mansão, onde um jovem adolescente é contratado para limpar a piscina. Porém, encantado com a dona do casarão, digamos que ele "se diverte sozinho" fantasiando com a bela mulher. Nisso, mulheres em computação gráfica, até certo ponto meio grotescas e talvez essa seja a intenção gerando um ar jocoso, aparece na imaginação do garoto. O vídeo inclusive já foi retirado do YouTube e só está disponível através do Viemo - que é sempre mais flexível. 

Confira o clipe:



sábado, 13 de abril de 2013

Resenha: The Outside Dog - Outros Caminhos - Parte I



É sempre bom ter um disco Folk/Folk Rock ali na nossa prateleira, para entrarmos no clima, hora dançante hora introspectivo que o o estilo tem. Numa audição, as canções caipiras, muitas vezes com toques urbanos, vão nos levando para caminhos onde nos vemos apenas seguindo em frente com nossa trouxinha de roupas e um violão nas costas. É assim que podemos ilustrar a primeira, de três partes, de Outros Caminhos, da banda paulistana The Outside Dog, que também está seguindo seus novos passos. 

Algumas, mais precisamente duas, mudanças aconteceram desde os trabalhos anteriores. A primeira mudança foi a entrada de Rafael Elfe, somando-se como o quinto elemento do grupo, e consigo trouxe uma carga mais poética às letras da banda, agregando ainda mais valor nas composições das mesmas. A segunda novidade é a mudança da língua. Se antes já nos envolvíamos com as canções em inglês, agora, em nossa língua mãe, as letras nos dão maior grau de proximidade e interação, resultando em uma experiência ainda mais próximas entre artista e ouvinte. 

Sobre o disco em si, Outro Caminhos - Parte I, chega como um compacto de quatro faixas, onde as duas primeiras puderam ser ouvidas antecipadamente pelo público que compareceu à 4ª Edição do All Folks Fest, festival o qual a The Outside Dog é a anfitriã. A primeira delas é Contramão que se incia já com destaque para gaita de Ciro, colocando o ouvinte pra dançar e bater sua bota no chão. A letra passa a mensagem de alerta, de não ser um alienado que segue a maioria, e que devemos ir sim, muitas vezes, na contramão do que nos é colocado e imposto como o - olha ele aqui mais uma vez- caminho correto. 

A segunda faixa, Dias de Chuva,  vem com temática amorosa e um refrão triste em questão de significado, mas belo na questão poética, que diz "Sem você aqui/A vida é mesmo um longo dia de chuva/E quando o sol voltar/ Espero que não seja por um dia", e é marcado por uma boa carga Pop na medida, e desse jeito a canção se mostra como uma das mais bonitas de todo o repertório da The Outside Dog.

A seguir temos um Country/Folk Rock com Esperança, que, alem dos violões, baixo, bateria e gaita, é executada com a presença de um acordeon, que fica a carga de Bruno Orefice em uma participação especial. Encerrando a obra, chega É Preciso Lutar. Faixa interessante que se inicia com uma carga blueseira mais densa, se apresentando até sua metade apenas no violão e na voz de Pedro Gama, dando a seguir um pico energético na canção e logo após retornando para o clima reflexivo que a letra, que nos fala sobre a luta que enfrentamos na nossas vidas, requisita. 

Ao final, com o som do vento ecoando no encerramento da última faixa, fica ao ouvinte o convite de colocar o seu violão nas costas e caminhar com a The Outside Dog pela estrada de terra batida, rumo ao caminho dos próximos dois EPs da trilogia.








quinta-feira, 4 de abril de 2013

Resenha: The Strokes - Comedown Machine




Pois é, muitos já falaram de Comedown Machine, novo disco do Strokes. Várias resenhas saíram e o assunto pode ter até ficado pra trás. Acabei ficando sem tempo para fazer a do Indie Shoe e sei que escrevê-la agora vai soar mais do mesmo, por quê, afinal, diversas visões já foram expostas sobre o álbum. Entretanto, ainda sinto vontade de dar minha opinião sobre o mesmo. Então bora lá!



O primeiro contato que tive com o álbum, e acredito que foi o mesmo que todos tiveram, foi com o stream do primeiro single, One Way Trigger, e a reação de quase todos foi a de espanto e surpresa. A esperança do Strokes voltar a ser aquele de Is This It desmanchava, e víamos um Strokes nos moldes de Angles, inclusive ainda mais "breguinha" digamos assim. Por essas bandas, as comparações com o tecnobrega foram imediatas (na gringa a comparação foi o som do A-ha) e isso virou motivo de piada, inclusive com a criação de um clipe utilizando imagens da Carreta Furacão. Não vou negar que no começo não gostei da música. e ameacei "desistir da banda". Entretanto, com o passar do tempo, sem ficar pensando que era Strokes, ou jogar responsabilidade na composição, percebi que One Way Trigger era bem divertida, e o clipe-sátira ajudava. Pouco tempo depois foi lançado o segundo single, All The Time, e a expectativa dos fãs em rever o Strokes  Indie Rock voltou a ganhar vida. A faixa não deixa a desejar para outras como Someday e Hard to Explain, com guitarras secas e a bateria dinâmica e rápida, assim como o vocal de Julian. 

Com apenas duas faixas liberadas, ficava a dúvida meio a meio: para que lado a banda iria caminhar no novo álbum? No final das contas, ficaram com um pé cá, outro lá, e um braço perdido por aí. Acabou que  Comedown Machine veio até certo ponto melhor (ou menos pior) que Angles - disco que nem os próprios integrantes gostam. e vimos um Strokes ainda passeando pelos anos 80, com um som meio Rock meio Synthpop. Vemos isso em 80's Comedown Machine, onde Casablancas  aparece com um vocal meio sintetizado e que remete ao estilo Angles de ser. Entretanto, a parte instrumental se caira para o lado Rock da década e se mostra uma boa faixa pelo padrão do disco, e que ganha destaque apenas por estar eno universo Comedown Machine, por que, fora dele, e se fosse em um outro disco da banda, provavelmente não levantaria euforia no ouvinte.

Senti que 50/50 soa como Ask Me Anything, mas numa versão sintetizada. Onde lá era um órgão, aqui vemos o som sintetizado. Se era para parecer com algo de discos anteriores, essa faixa e All The Time foram as que mais se aproximaram, mesmo que essa não seja o nível Rock desejado, já tínhamos uma nos mesmos moldes de First Impressions of Earth. E o disco vai indo assim, coeso dentro de seu mundo. Mas, se analisado pensando em ser um disco de um banda que era caracterizada pelo seu som que deu um respiro no Rock no início de 2000. em meio ao mar Pop comercial, e que passava quase sempre bons riffs de guitarra, ele se mostra meio perdido. 

Fechando a obra temos Call It Fate Call It Karma.  Um Jazz Piano que parece fisgado dos tempos áureos da rádio dos anos 30 e 40 e que soa como uma faixa escondida, daquelas que ficam ali, sem nome na tracklist, mas aparecem com um ar de gracejo após uns minutos de silêncio da última do álbum. Meio perdida, e com uns falsetes estranhos, que Julian pelo jeito gostou de experimentar, ela encerra a obra e com um ponto de interrogação e deixa o ouvinte ainda mais perdido. 

É notório que a banda, já a um tempo, está numa fase de experimentação, e isso é totalmente válido e deve ser aceito pelo ouvinte. O artista tem total liberdade para compor do jeito que ele se sente e tem vontade. Lógico que a resposta do fã é importante e sua opinião deve ter atenção, mas, se ater apenas a esse parâmetro é limitar a arte. Um belo exemplo (guardando todas as possíveis proporções) pode ser visto com os Beatles, que deixaram de ser os garotos de cabelos arrumadinhos e terninhos engomados para os psicodélicos e até mesmo hippies. A arte ela é inconstante e deve ser assim, provocativa e libertária. 

Se o resultado não agradar, nem ao público nem ao artista, isso fica como uma avaliação posterior por parte deste, onde se deve ponderar se não é melhor retornar para a sua zona de conforto ou então experimentar algo diferente do que foi tentado. Angles e Comedown Machine saíram um atrás do outro, quase sem respirar, e o resultado não foi muito agradável. Talvez seja melhor sentar, parar um pouco e reorganizar a casa,  mesmo que seja para continuar com esse som mais diferente do seu habitual, mas que pelo menos seja feito com mais calma,  e assim tenha um resultado mais redondo. Sabemos que o quinteto consegue fazer isso.