segunda-feira, 30 de setembro de 2013

A Rádio Morreu?



Antes de começar, não se preocupe esse texto não vai falar sobre a invenção e história do rádio, e muito menos de sua morte, porque ela não existiu - e nunca vai existir (arrisco dizer). E claro que não me esqueci da MTV Brasil (agora finada, mas que estava surgindo na época), mas o foco é portabilidade para música que tínhamos na época. 

Estamos em 2013, e muitos dos que estão lendo esse texto deve ter nascido no final dos anos 80 ou nos primeiros dois anos da década de 90. Com isso, sabem muito bem o que era a vida sem a Internet que temos hoje, onde ela se limitava a jogos em Flash, chat do Humortadela e o Kazaa que não funcionava bem com a a Internet discada do iBest que usávamos. Desse modo, ouvir música acabava sendo ou um privilégio de pessoas de bem (leia-se: ricos) que podiam trazer os discos da gringa, ou de quem não tinha assim tanta sorte (leia-se: eu e a maioria da galera) ser "refém" do que se tocava na rádio. 

Por sorte a rádio dessa época tinha algumas estações que tocavam coisas boas, o que pode soar estranho para o pessoal mais jovem que está acostumado a ouvir os pop enlatados nessas rádios jovens de hoje em dia (ainda bem que temos umas duas estações hoje em dia que se salvam - vocês sabem qual). Era comum ouvir Pearl Jam, Nirvana, Raimundos, Metallica, Alice In Chains, Soundgarden e tudo que tinha de bom na época. 

Desse modo, Walkman's com suas fitas K7 (pra quem não  lembra, era esse troço aqui )ou Discman's com seus CD's (quem tinha um desses era um rei - mas não podia correr com ele pois daí a música "gaguejava" ) eram aparelhos imprescindíveis para amantes da música. O mais curioso é que muitos desses K7's e CD's eram até mesmo gravações de músicas ouvidas da rádio. Bastava tocar aquele hit que você gostava que era só correr para da o rec para então poder ouvir a caminho do colégio no dia seguinte. 

Hoje, com a facilidade que a Internet, iPods e celulares nos proporcionam, a rádio (FM, claro) podia muito bem estar perecendo no cemitério de mídias, junto daquele seu Game Boy Classic e daquela máquina de fazer suco. Porém, nada melhor do que o efeito surpresa que temos ao ouvir uma música que gostamos. 

Nada substituiu aquela emoção de se ouvir aquela música que você tanto gosta, ou tanto está combinando com seu humor, vindo repentinamente em seus ouvidos, como ocorre muitas vezes ao estarmos ouvindo uma rádio (e ela pode online também, o efeito é praticamente o mesmo, porém um pouco diferente. Mas isso é conversa para outro post). Tal sensação parecia ter morrido com o "poder de escolha" que a mídia digital nos deu ao podermos simplesmente clicar ou tocar no nome da música que queremos ouvir e pronto, está feito. 

Acredito que esse efeito surpresa é o que faz da rádio ainda tão incrível. E tudo se soma com a interação humano - humano que temos com o locutor - porém isso vai de rádio pra rádio e de locutor pra locutor. O único "problema" é que a rádio vai continuar perdendo para a Internet e mídias digitais na questão de inovação. É muito mais fácil descobrir um novo artistas por meio de redes sociais e blog do que sintonizando uma frequência no dial. Porém, o charme da boa e velha frequência modulada ainda está viva, e não, ela nunca morrerá. 

Resenha: The Wombats - Mr. Jack's Birthday @ Studio RJ



Por: Bruno de Almeida
Formidável. Essa é a palavra que melhor define o espetáculo realizado pelo trio de Liverpool The Wombats em comemoração ao 163° aniversario do Mr. Jack, criador de um dos whiskys mais conhecidos no mundo, idealizada pelas nossas Jack Daniel's Brasil e Playbook

Formidável por ambas as partes. Tanto pelo lado dos artistas, que se dedicaram de corpo e alma para fazer algo inesquecível, quanto dos fãs, que mesmo tendo de trabalhar no dia seguinte e sabendo da dificuldade da falta de transporte público no local, ficaram até o ultimo minuto sem perder por nem um segundo a empolgação e euforia.

A festa, nomeada de Mr. Jack's Birthday, foi realizada neste domingo, 29 no Studio RJ e teve início às 20:30. O público contou com a banda carioca Tipo Uísque como show de abertura e com os DJ's Rapha Lima e Cix, que animaram a pista durante o intervalo entre o final da apresentação da Tipo Uísque e a entrada dos Wombats no palco — Diga-se de passagem que os DJs foram muito mais bem aceitos e agradaram muito mais que o show de abertura. 

O espaço era bem limitado, e os equipamentos de som nao impressionavam tanto. Motivo para preocupação? Muito pelo contrario! 

A banda inglesa, com toda sua pegada dançante, conseguiu transformar o Studio RJ no cenário perfeito para o show que sem dúvida alguma ficará para sempre na memória dos fãs que estavam presentes. Por conta da altura do palco (pouco acima da cintura de quem estava na pista) e pela falta de grades que separassem os fãs dos músicos, o que não faltou foram cenas de contato físico e troca de calor humano, coisas que em outras situações seriam inimagináveis. 

Para delírio dos fãs, (e desespero dos seguranças) Matthew Murphy, o vocalista, e Tord Øverland-Knudsen, o baixista, não negaram esforços para se aproximar do publico a ponto de poderem ser tocados. O clima amigável e a simpatia eram tão notáveis que em um certo momento do show, Matthew se abaixou e conversou ao pé do ouvido com um fã durante alguns segundos. Eles estavam felizes por estar ali, recebendo e retribuindo todo o amor que seus fãs demonstravam. Isso estava estampado em suas caras.

E foi dessa maneira que os Wombats, com todo seu carisma, conquistaram ainda mais o amor de seus fãs e fizeram da Mr. Jack's Birthday a melhor noite dançante do ano para os que estavam presentes.

A impecável apresentação da banda ficou marcada pela distribuição de sorrisos verdadeiros, por manter do inicio ao fim a empolgação e o entusiasmo de todos ali presentes e por proporcionar uma vibe incrivelmente alegre e descontraída.


Setlist:

Moving to New York
Kill the Director
Jump Into the Fog
Patricia the Stripper
Party in a Forest (Where's Laura?)
Techno Fan
1996
Our Perfect Disease
Here Comes the Anxiety
Schumacher the Champagne
My First Wedding
Tokyo (Vampires & Wolves)
Anti-D
Let's Dance to Joy Division
Euroscheisse




domingo, 22 de setembro de 2013

Aquecimento: The Wombats - Mr. Jack's Birthday


Como muitos já sabem, agora ao final do mês de Setembro temos na agenda musical a apresentação da banda The Wombats, que já fez boa parte de nós dançarmos nas pistas suas músicas bem animadas e divertidas. 

Com duas apresentações marcadas para as terras brasileiras, uma na capital paulista e uma para a capital carioca, nos dias 27 e 29 de Setembro, respectivamente, o Wombats desembarca, trazido pela já nossa conhecida perceria Playbook e Jack Daniel's para cantar "parabéns pra você" ao lendário Mr. Jack, o grande nome responsável por criar o uísque mais vendido no mundo. 

A banda inglesa já carrega dois álbuns em seus seis anos de estrada, trazendo composições com melodias Pops e bem animadas. No momento, o grupo trabalha em seu terceiro álbum e excursionando pelo redor do globo. 

A promessa é de um show bem dançante, com hits como Let's Dance to Joy Division, Kill The Director e Tokyo (Vampire & Wolves) que ainda figuram como favoritas de muita gente, e se faz presente em muitos iPods por aí. 




Atualizado: E em São Paulo a festa fica ainda maior! Acaba de ser confirmado a abertura com  a banda Copacabana Club!




A banda curitibana, que já participou de vários festivais, entre eles o M/E/C/A, o Lollapalooza do ano passado, traz para seu som que mistura Electro Indie, Indie Pop e  New Wave para abrir as comemorações da festa paulistana.


Hits como Just Do It, Sex Sex Sex, Mrs. Melody e Tropical Splash não irão faltar! Garantia de um início bem divertido de festa!



E que tal curtir esse show na faixa? O Indie Shoe, em parceria com a Playbook e a Jack Daniel's está sorteando dois pares de VIP's + kits Jack Daniel's para o show de São Paulo. 
Clique aqui e  participe!


Serviço:

São Paulo:
Local: Via Marquîes
Endereço: Rua Marquês de São Vicente, 1589 - Barra Funda
Data: 27 de Setembro - Sexta-Feira
Horário: 22h
Ingressos: R$ 120 inteira e R$ 60 meia - venda online 
Pontos de venda: Av. Marques de São Vicente, 1.589 – das 9h às 18h – a partir de 12/09
Censura: 18 anos
* Caso o montante total para a devolução integral do ingresso-reembolsável não seja atingido, o reembolso será proporcional ao valor arrecadado com a bilheteria e os participantes serão avisados em até 07 dias após o evento.

Rio de Janeiro:
Local: Studio RJ
Endereço: Av. Vieira Souto, 110 -
Data: 29 de Setembro - Domingo
Horário: 20h
Ingressos: R$ 100 inteira e R$ 50 meia (aceita-se 1kg de alimento) - venda online
Pontos de venda: Tracks da Gávea (Pça Santos Dumont, 140 - Baixo Gavea)
Censura: 18 anos
* Caso o montante total para a devolução integral do ingresso-reembolsável não seja atingido, o reembolso será proporcional ao valor arrecadado com a bilheteria e os participantes serão avisados em até 07 dias após o evento.


terça-feira, 3 de setembro de 2013

"Porque Blur é melhor que Oasis"



Anos 90. Internet discada, Beavis and Butt-Head, Michael Jordan, declínio do Punk, Spice Girls, *N-Sync (em sua versão "original"), Britpop, "Oasis é melhor que Blur", "Blur é melhor que Oasis".

Duas das principais bandas do movimento Britpop, e consequentemente duas das mais relevantes da época, acabaram caindo numa falsa rivalidade que colocava de um lado a banda dos irmãos Gallagher frente à banda de Coxon e Albarn. Formada por uma legião de fãs, as duas bandas eram um bom montante de atenção e consumo para inúmeros interessados, principalmente mídia impressa e gravadoras. 

É comum em meio a uma disucussão querer expor ao outro lado do debate pontos que fazem sua visão ser a verdadeira e relevante. No caso de uma banda, se fala de número de vendas de discos, público de shows, notas dadadas ao último disco lançado, número de membro de fã clube, número de camisetas e posters que se tem da banda, número, número. E era isso que gravadoras e revistas especializadas queriam: números - que de números de vendagens se tranformariam em números monetários - o objetivo final. 

Percebendo esse potencial de consumo, os bastidores midiáticos começaram a trabalhar. E eis que em 12 de Agosto de 1995, a capa de uma das mais conceituadas revistas de música, a NME, é estampada com a iamgem que dá início a este post. Dormir tranquilo e acordar com um novo rival, tendo de "odiá-lo" e agora tende de virar um defensor das cores de condado. Foi mais ou menso o que aconteceu com fãs de Blur e Oasis.

Nesta altura, o disco de estreia do Oasis, Definitely Maybe, acabava de completar um ano de vida, e a banda já se encontrava prestes a lançar o lendário (What's the Story) Morning Glory?,que sairia dentro de dois meses. Com o Blur, a situação era a mesma. Parklife havia saído fazia menos de cinco meses e The Great Escape já estava engavetado, pronto para ser lançado no início do mês seguinte a publicação da revista em questão. Todo esse panorama era favorável, portanto, também para as gravadoras.

Dizer que foi exclusivamente esse duelo artificialmente criado o responsável pelo estouro de vendas com discos mais de dois de platina para cada um dos lançamento do ano é com certeza um equívoco. E sem esquecer da NME, que faturou com venda de posters e várias edições com comparativos, texto colecionáveis sobre ambas as bandas. Porém, não há como negar que tal fator foi uma influência importante e que também acabou por solidificar a carreira das bandas que no momento estavam dando seus primeiros passos - mesmo que bem orientados e com consciência.

No geral a situação toda é algo de certo modo deprimente, mas nem um pouco espantosa. Sabemos de como os pauzinhos são mexidos por grandes detentoras de poder e coerção para se obter seus frutos. Aqui foi mais uma boa sacada observatória de potencial onde se viu duas bandas que possuíam potencial e qualidade e que com uma boa dose de polêmica criada resultou na criação de duas 'religiões" que se auto alimentavam. 

Oasis é melhor que Blur? Blue é melhor que Oasis? 

Tem Gorillaz. Pode ser?