terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Bandas Novas: Fantasmafoto



Eis que os amigos d'O Pasquindie me mandaram uma indicação que havia chegado para eles. Disseram que era um som que acharam interessante, mas que não tinha a cara do blog zueiro deles, e mas a do Indie Shoe, que tem seus sons mais estranhos (nem tanto, vai). Resolvi ouvi, e concordei, o som é realmente bom. 

Trata-se do projeto Fantasmafoto do sergipano Duclerc Chaves. 

Com o primeiro LP lançado em Novembro passado, o produtor mostra nas 8 faixas, que se encontram no disco de mesmo nome do projeto, os primeiros passos de quem está mergulhando no Dark Ambient. 

Com nuances introspectivos e uma atmosfera minimalista e escura, as músicas - todas instrumentais - de Fantasmafoto algumas vezes se mostra muito boas, e outras um pouco repetitivas. É claro que se sabe que a repetição é comum dentro do estilo, sendo tal efeito o responsável pelo clima de hipnose tão comum neste tipo de música. Entretanto notamos aqui e ali um pouco de demasia nessa repetição, e muitas vezes com frases muito boas, e que se fossem utilizadas com menos loopings resultariam em músicas mais soltas e de um resultado mais cativante. Porém, no geral, vemos qualidade e intimidade com o estilo por parte do produtor, o que só faz crer que os próximos trabalhos serão ainda melhor elaborados, visto esse primeiro passo bem dado.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Bandas Novas: E a terra nunca me pareceu tão distante



Lucas, Luden, Marcelo e Rafael. Um de cada canto da cidade de São Paulo. Junto formam a E a terra nunca me parece tão distante, banda que, como eles mesmo colocaram em sua página oficial, possui "singelos" nomes como referências para seu som, como Explosions in the Sky, Mogwai,  Godspeed You! Black Emperor e as também ótimas, e nacionais, Hurtmold e Constantina. A banda possui por enquanto apenas um EP, com título homônimo à banda, mas com apenas 4 faixas já nos mostra que sabe fazer música de gente grande.

Como pode ser percebidos pelas influcências do quarteto, o estilo do som é o Post-Rock. Entretanto, ha um toque especial nessa viagem instrumental do grupo: o Emo noventista. Para aqueles que conhecem a, "segunda onda" do Emo (sendo a primeira vinda diretamente do Hardcore a partir da metade dos anos 80), as bandas Emo dos anos 90 tinham um apego mais intimista e pouco extravasante como faziam as da primeira onda. Assim, somando esse amargo tímido e levemente exteriorizado em meio às belíssimas composições que o Post-Rock nos proporciona, a E a terra nunca me pareceu tão distante te transporta para longe em meio às suas faixas de longa duração, longa busca dentro de sim quase que a níveis de arrebatamento.

Indispensável para quem gosta de ouvir música com a alma.

(A propósito, a banda se apresenta HOJE (09/01) no Espaço Cultural Walden, em São Paulo. Confira o evento)

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Etcéteras: Leo Lazzaro - Saiam Já do Meu Pântano



Confesso que eu particularmente não sou fã de muitas das coisas que aparecem como experimentalismo. Uso de instrumentos totalmente fora do convencional, compassos malucões com ruídos, vocalizações, glossolalias entre outros elementos. Entretanto, algumas obras experimentais chegam a me fazer a levantar as duas sobrancelhas. 

Esses dias chegou em mim mão (figuralmente falando) um EP de sete faixas e com pouco mais de dez minutos de duração. Paulistano de 22 anos, Leo Lazzaro fez este projeto em uma tarde, mas com o auxílio de letras produzidas por seu "affair" (como foi passado no realease) Lulu Carvalho, que também teve o mesmo tempo de elaboração das poesias. 

Quase que eu sua totalidade poetizado, o projeto, que ganhou o nome de Saiam Já do Meu Pântano, traz uma experimentação que conversa com a psicodelia em acordes de gaita, de um violão desafinado e efeitos de vozes computadorizados e samples. No EP, Leo fala sobre a fuga dos esteriótipos como a busca por um trabalho e a obrigação da ingresso no estudo superior, o amor por carros antigos e sobre seu visão não favorável ao modelo burguês de família.

Com um clima que transita entre um clima sessentista de psicodelia de rua e alguns momentos de uma ambientação dark, a instrumentalização despretensiosa e livre somada às boas letras resultam num projeto para não muitos ouvidos, mas que alguns iram apreciar sua cara torta e estranha.