sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Resenha: The History Of Apple Pie - Out Of View



Lá atrás, no final dos anos 80 e começo dos anos 90, se formavam alguns  subgêneros do Rock Alternativo. Eram eles o Shoegaze, o Twee e o Noise Rock/Noise Pop. Muitas bandas originárias desse estilo se firmaram em apenas uma dessas vertentes e assim foram responsáveis por se tornar referência no estilo que praticavam. Entretanto,  é comum na cena musical que novas bandas bebam de mais de um poço e formem uma sonoridade híbrida. Foi assim que aconteceu com as novas gerações, os Nugazers, os novos shoegazers. 

A The History Of Apple Pie é a mais nova caloura dessa nova geração.  Dando seus primeiro passos com seu primeiro disco de estúdio, Out Of View, os londrinos trazem uma mistura que soa como um Shoegaze + Noise Pop + granulados coloridos.

A descrição pode soar bizarra, mas visto as capas de single , fotos de divulgação, e os clipes lotados de algodão doce e pirulitos, a sensação não tem como ser outra. Porém, mesmo passando a doçura explicitamente, o THOAP consegue misturar bem suas influências e trazer um disco equilibrado, com doses mais melódicas aqui e doses mais barulhentas e pesadas ali.

O álbum começa com Tug que traz um shoegaze revivido, com seus vocais mais ecoantes e as guitarras fazendo seus wall of sound com fuzz. Tal sonoridade se repete adiante em Long Way To Go. As demais faixas variam entre um Noise Pop, horas mais embalado e horas mais denso, e algumas faixas mais açucaradas caindo muito para o lado do Twee. See You e Mallory carregam fortemente no Pop - mesmo com a segunda já trazendo mais guitarras - isso se deve talvez ao fato de serem os singles da banda que anteciparam e previam Out Of View

A densidade fica para Glitch, Do It Wrong e principalmente I Want More. Três faixas que se mostram mais maduras e referenciadas no Noise Rock dos anos 90 sendo mais cruas, ríspidas e diretas, mas claro, com a dosagem delicada do vocal de Stephanie Min. 

O THOAP se mostra interessante ao saber trabalhar os estilos de bandas como My Bloody Valentine, Lush, Slowdive e até Dinosaur Jr. e dando seu toque doce. Talvez haja um certo exagero na vendagem da doçura em seus clipes e fotos, mas isso não chega atrapalhar. Pelo contrário, pode até ser visto como uma diferenciação deles no meio da safra que toda hora cresce de novos shoegazers. O importante é o som que eles vêm fazendo, o qual se mostra muito agradável para nosso ouvidos. Uma visita deles em terras brasileiras seria muito bem recebida, seja com ou sem seus doces.

Nota: 

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