quarta-feira, 20 de março de 2013

Bandas Novas: Nino & The Otter



Doçura e simplicidade. É assim que podemos descrever o encantador som do duo carioca Nino & The Otter.

A dupla é formada por Beatriz e Leonardo, dois amigos que se conheceram através da música, e viram nela um método de se divertirem através de letra e melodia. Com o tempo foram levando suas composições adiante e assim forma-se o projeto Nino & The Otter. Metade do nome foi dado em razão do nome de um personagem de um filme adorados por ambos, Nino de  Le Fabuleux Destin d’Amélie Poulain. A outra parte veio do gosto de Beatriz pelas lontras, com as quais teve contato ao fazer uma viagem à Lisboa, e se encantou à primeira vista pelos bichinhos.

Em 2011 foram gravadas as primeiras demos, e assim começava a divulgação, até então despretensiosa, pela internet. Pouco a pouco a dupla foi sendo descoberta e ganhava os primeiros fãs, que pediam por mais músicas e primeiros shows. O primeiro disco, Forever Always Ends, foi lançado em 2012 e totalmente produzido e gravado de maneira independente. Beatriz e Leonardo agora trabalham na faixa bônus Pra te Levar Aonde Eu For a qual será regravada e ganhará videoclipe que será filmado em terras alemãs.

O estilo da dupla é um Folk Pop que nos remete ao som de Moldy Peaches e Antsy Pants, um som doce, descontraído e ingênuo que transforma o momento do ouvinte em algo sublime e tranquilo deixando qualquer situação aconchegante. Tudo isso nos é passado através de violões, gaita, kazoo, xilofone e escaleta. Basta dar o play para nos livrarmos por pelos menos alguns minutos do stress do dia-a-dia e nos sentir em de um ambiente rodeado de papel de parece decorado e cheio de memórias lúdica em um encontro com nossos sentimentos mais puros.


Confira abaixo o disco Forever Always Ends retirado do Soundcloud oficial do Nino & The Otter. Você também pode baixá-lo gratuitamente, e com o consentimento da dupla, através desse link fornecido por eles

segunda-feira, 11 de março de 2013

Aquecimento: Paul Banks em São Paulo

Foto: Ibero 90.9

Como dito anteriormente por aqui, Paul Banks está chegando em terras paulistanas através do sistema de crowdfunding feito pela Paybook em parceria com o Club NME Brasil e Jack Daniel's. Nessa quinta-feira (14/03) o músico irá se apresentar no Cine Joia, e promete entoar seu vocal inconfundível pelas caixas de som da casa. 

Desde 1997 com o Interpol - que se encontra em hiato desde 2011- Paul começou sua em carreira solo em 2009, ao lançar seu primeiro álbum, Julian Plenti Is.... Skyscraper, onde Julian Plenti era o seu pseudônimo utilizado nos primeiros momentos da carreira solo. Mais tarde, em 2012, viria a se livrar desse nome e adotaria o verdadeiro, inclusive o colocando como nome do segundo álbum, Banks, lançado no mesmo ano. 

Ainda carregando um pouco da alma Post Punk do Interpol, seu projeto solo acrescenta alguns elementos eletrônicos e até mesmo faixas com presença de violão, tornando esse seu projeto paralelo uma adição tanto ao repertório do músico quanto ao da biblioteca musical dos fãs da banda. 

A promessa é de um show com um clima intimista mas ao mesmo tempo contagiante, seja para os fãs de Interpol que terão a chance de rever um pedaço de sua banda favorita e de quebra curtir as músicas da fase solo de Paul Banks, assim como para os que ficarão hipnotizados ao entrar em contato pela primeira vez com as presentes linhas de baixo e o vocal encorpado de Banks. Por um lado ou pelo outro, promessa de bom show.


Serviço:

Club NME apresenta Paul Banks
Data: 14 de março de 2013, quinta-feira
Abertura da casa: 21h
Início das apresentações: 22h
Valor de bilheteria: R$ 160 inteira / R$ 80,00 meia
Onde comprar: http://www.ingressorapido.com.br/Evento.aspx?ID=25905
Pontos de venda sem taxa de conveniência:
- Bilheteria do Cine Joia
- Bilheteria do Teatro Tuca (Rua Monte Alegre, 1.024 – Perdizes). Horário de Atendimento: Terça a Sábado, das 14h às 19h, e domingo, das 14h às 18h.
Demais pontos de vendahttp://www.ingressorapido.com.br/PontosVenda.aspx
Informações: www.clubnme.com.br/paulbanks e www.playbook.com.br
Local: Cine Joia (Praça Carlos Gomes, 82 – Sé)
Proibida a entrada de menores de 18 anos.






sexta-feira, 8 de março de 2013

Resenha: Kate Nash - Girl Talk



Se você está conhecendo Kate Nash apenas agora em Girl Talk (o que acho muito improvável) terá talvez uma dificuldade em entender a análise feita com relação à diferença para os seus trabalhos anteriores. Mas, se você já conhecia a moça da época na qual ela cantava Foundations, Do-Wah-Doo e The Nicest Thing, vai facilmente notar que Kate não é a mais a doce garota de vestido colorido e músicas fofas. Agora, com seu cabelo com mechas, voz raivosa, e baixo pichado com caneta e lotado de adesivos, Kate aparece como um típica Riot Grrl, digna de Vivian Girls e Dum Dum Girls.

A “nova” Kate parece uma garota passando pelos momentos mais conturbados e conflitantes de sua vida: a adolescência. Mudanças físicas e hormonais, alteração de comportamento e personalidade, entrada na vida adulta, primeiros romances, primeiras responsabilidades, tudo isso sendo passado para um diário que varia entre páginas rabiscadas com ódio e raiva e outras com corações e colagem de fotos do garoto da escola e das amigas. O momento de rebeldia começa a florescer. A(O) garota(o) ganha sua primeira guitarra - no caso de Kate um baixo - e começa a colocar todos os seus conflitos e amores em forma de som. Entretanto, visto que sua mente é um completo mix de sentimentos, o resultado são faixas heterogêneas. Para Kate Nash notamos claramente isso em seu novo disco ao observarmos músicas dessa “nova fase”, que são mais densas e raivosas, mas também com presença de outras faixas que nos remetem ao seu passado fofo e colorido.

Dessa nova fase observamos faixas como Death Proof, Sister, All Talk, Rap For Rejection, que passam além de um instrumental sujo e pesado, letras que expressam o mesmo sentimento da música com temáticas de ódio, raiva, indignação, repúdio e conflitos. Na última citada a letra aparece com uma mensagem anti-sexismo ao dizer, em tradução literal, “Você me acha feia/Yeah, conte para seus amigos/Como você nunca transou comigo/Você tá tentando me dizer que sexismo não existe?/Se isso não existe, então que porra é essa?”. Esse lado feminista/Riot Grrl fica ainda mais claro e explícito em  I'm A Feminist You're Still A Whore, mas essa faixa ficou de fora do álbum.

Como dito, Kate Nash ainda está com um pé de converse sujo e com um pé de sandália Melissa no outro, mesma que às vezes com uma pontinha de terra nela. Sua dose de Indie Pop cute ainda aparece em Girl Talk, seja em OMYGOD! onde ela diz sobre sentir saudades de um garoto, em You're So Cool, I'm So Freaky, onde se coloca rebaixada perante o garoto legal sendo ela estranha, e em  3A.M onde faz uma declaração meiguinha dizendo “"Eu quero seguir em frente mas estou com medo/Sofro de ansiedade/Eu não quero ficar sozinha!/Você, eu quero ficar com/Você". O álbum termina com Lullaby For A Insomaniac, faixa a capela e com letra e melodia bem intimista e que ganha instrumental epopéico e clássico ao final, dando um fechamento extremamente lindo ao disco. As interpretações desse final podem ser várias, uma delas pode ser a de um nascimento, de um surgimento de algo novo.  

Mesmo já com seus 25 anos, Kate Nash se apresenta nessa sua nova fase como uma garota de 15 vivendo seus conflitos internos e exteriorizando-os da forma que encontrou no caso a música. Sabemos que Kate não está passando por conflitos existenciais da adolescência, claro que não. Entretanto a cantora está passando por um momento de transição em sua carreira, na qual, aparentemente, está se desligando do som doce e angelical de seus trabalhos anteriores e está mergulhando em algo mais encorpado e denso. Agora nos resta esperar Kate “chegar aos seus 18 ou 20 anos” para vermos qual caminho ela tomou para si.

NOTA: 3,5/5,0