quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Chromatics (Ray-Ban Envision Tour) @ Grand Metrópole- São Paulo



A noite da última quarta-feira em São Paulo fugiu do comum, fugiu do óbvio, do chegar em casa desatando o nó da gravata e tentando esfriar a cabeça para mais um dia de trabalho no dia seguinte. A noite prometia música boa, e de graça, no evento da Envision Tour, promovido pela marca de óculos mundialmente famosa, Ray-Ban. 

A grandeza do Grand Metrópole, com seu pé direito alto, lustres, tapetes vermelhos, escadarias, espelhos, lounge ao ar livre com direito a sofás, - o que faz da casa uma das melhores escolhas para eventos e shows na cidade - foi engradecido com open bar, sorvete e pipoca, dando apenas um toque a mais para o evento que estava para começar. 

Esquentando a pista, e escadarias, transformadas em mini sacadas, do antigo cinema, Blaine Harrison e William Rees da banda Mystery Jets, assumiram as pickups para um DJ set com boas seleções de música, como His Girl, do Friends e Reflektor, do Arcade Fire - sendo este o momento de maior comoção do público que aguardava o quarteto do Chromatics subir ao palco. 

Quando nos aproximávamos da uma hora da manhã subiam ao palco Johnny, Adam e Nat para os primeiros acordes do show. A música escolhida foi a densa Tick of the Clock, que teve sua duração reduzida e serviu como uma introdução tanto para a banda quanto para a entrada da bela e delicada Ruth.

Logo de cara a banda apostou em dois sucessos de sua carreira, Lady e Kill For Love, esta hit do último álbum e momento onde boa parte do público cantava a plenos pulmões. Tal fato foi até uma surpresa e mostrou que uma parte considerável dos presentes estavam interessados realmente no show da banda, atração que tinha atenção dividida por muitos com o open bar, com muitos passando pra lá e pra cá durante todo o show com seus copos de bebidas na faixa e que atrapalhavam a experiência dos que estavam para apreciar a apresentação. 

Com Ruth demonstrando uma alegria tímida entre sorrisos doces, a banda desempenhava um bom show tecnicamente e dando ainda mais vida para a músicas que até então os fãs brasileiros só puderam conferir em versão de estúdio, visto que esta foi a primeira apresentação do grupo no Brasil. O set list muito bem construído ainda traria uma bela sequência com These Streets Will Never Look the Same, esta na voz de Adam,  I Want Your Love  e a linda versão de Running Up That Hill, originalmente de Kate Bush. Outros dois covers seriam apresentados: a clássica, e que virou um clássico também do Chromatics, Into The Black (Hey Hey, My My) do Neil Young e Blue Moon, clássica canção eternizada por vozes como de Elvis Presley e Frank Sinatra, sendo essa cantada apenas com uma leve base instrumental ao fundo e com Ruth sozinha no palco, abrindo o encore que presenteava o público com um pouco mais do lindo show de Post-Punk misturado a um Synthpop que o quarteto tão bem sabe fazer. 

Ainda melhor que em versão de estúdio, a banda soube criar uma atmosfera que oscilava entre o sublime e o denso, e que era auxiliada pelos jogos de luzes hora escuros e horas com explosões de luzes brancas. O resultado foi um show que para os fãs (não muitos, mas também não tão poucos) completarem a experiência que vinham carregando ao longo das audições feitas dos discos da banda. Infelizmente, como todo evento gratuito, sempre há os que tratam o show como uma balada, e usam a música como plano de fundo para se fecharem em círculos para conversarem, xavecarem, tirarem fotos e buscarem bebida no bar de dois em dois minutos. Entretanto, felizmente notou-se que um bom número que aparentemente não conhecia Chromatics foi contagiado pelo clima e o som do grupo e se entregou ao show, e muito provavelmente saiu de lá com uma vontadezinha de conhecer um pouco mais dessa ótima banda, e que está mais do que convidada para voltar em breve.





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